segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Reforma Sanitária e Nova Saúde Pública discutida em Conferência no Abrascão por Jairnilson Paim


Dentre as conferências ministradas no Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, promovido pela ABRASCO - Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva - neste ano, gostaria de dar merecido destaque à conferência realizada no dia 04/11, último dia do congresso, intitulada "Reforma Sanitária: uma promessa não cumprida?".



Jairnilson Paim do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia apresentou o tema de forma louvável com uma rica abordagem de um período em que a sociedade se mobilizava - me refiro aqui aos intelectuais coletivos, profissionais de saúde e estudantes - em busca de mudanças paradigmáticas contra qualquer tipo de imposição da manutenção do status quo.



Paim enfatizou o período da reforma como um momento de redemocratização da sociedade brasileira que há muito tempo idealizava um sistema de saúde digno para nossa nação, contudo, interpelações limitam até o dia de hoje o alcance dos pressupostos do movimento pela Saúde Coletiva em sua integralidade.



Em sua fala, Paim fundamentou-se na teoria de Gramsci em destaque à Revolução Passiva e a presença de classes hegemônicas em sociedades submetidas às classes dominantes e na terminologia usada por Chico de Oliveira - hegemonia às avessas - destacando que mesmo quando os dominantes são dominados há perpetuação do modelo tradicional.



Para Paim, o fim da estatolatria -termo usado pelo sociólogo Betinho - é inevitável para que nossas revoluções não sejam mais passivas e o Estado seja um grande aliado da sociedade civil e, não seu inimigo, que nada na contra-corrente de seus ideais, uma vez que busca em todo tempo atender aos interesses mercadológicos, como se, somente fosse possível vivenciarmos um desenvolvimento social subsequente a um desenvolvimento econômico.



Neste particular, todo intento da reforma sanitária brasileira sofreu limitações, apesar de grandes avanços. Por isso, continuarmos na luta é imprescindível para a efetivação dos ideais da Saúde Coletiva - me refiro ao campo ideológico proposto na década de 70 - e concretude da nova Saúde Pública através de práticas universais, integrais e equânimes no âmbito da saúde.



Para mim é um grande prazer poder ouvir o Jairnilson Paim, já que ele atuou e atua até os dias de hoje, como um militante para uma verdadeira transformação e, não só, uma reforma de toda estrutura para atendimento das reais necessidades sociais de saúde do povo brasileiro.



Para você, meu querido, eu dedico, MEUS PARABÉNS!!! Precisamos de muitos Pains para não retrocedermos jamais.











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